Ian sempre foi fascinado por vilões. Desde criança, ele adorava assistir aos filmes de ação e torcia para os bandidos derrotarem os mocinhos. Essa admiração só cresceu ao longo dos anos, e quando a animação Malvado Favorito foi lançada, Ian decidiu que queria ser como Gru, o vilão principal da história.
Ele estudou a fundo o personagem, decorando suas falas e trejeitos. Passava horas assistindo aos filmes, lendo quadrinhos e estudando os desenhos animados. Queria entender como funcionava a mente desses personagens, o que os motivava a fazer o que faziam.
No começo, seus pais achavam graça e incentivavam sua paixão. Eles viam as imitações de Gru que Ian fazia e achavam que era só uma fase divertida. Mas conforme o tempo foi passando, Ian foi ficando cada vez mais obcecado.
Ele começou a se sentir insatisfeito com sua própria vida. Aos 20 anos, ainda morava com os pais, não tinha emprego fixo e nenhum amigo próximo. Enquanto isso, Gru parecia ter tudo o que Ian queria: dinheiro, poder, respeito. Ele não conseguia deixar de pensar que se pudesse ser o vilão favorito do cinema como ele, todos os seus problemas estariam resolvidos.
Foi aí que a obsessão de Ian começou a ficar perigosa. Ele começou a agir como se fosse Gru, imitando sua voz e seus gestos em situações sociais reais. Quando não conseguia o que queria, ficava irritado e frustrado, como se tivesse falhado como um verdadeiro vilão.
Seus pais começaram a ficar preocupados. Eles tentavam conversar com Ian sobre sua obsessão, mas ele sempre rebatia, afirmando que estava apenas sendo fiel ao personagem que admirava tanto. Um dia, a situação piorou quando Ian foi detido pela polícia após uma briga de bar em que ele tentou agredir um grupo de jovens que o confrontou.
Esse incidente foi um alerta para Ian e seus pais. Ele foi obrigado a passar um tempo em terapia, onde finalmente percebeu que sua obsessão estava prejudicando sua vida. Aos poucos, ele começou a tentar descobrir quem ele era sem a influência de um personagem fictício. Começou a se socializar mais, arrumar um emprego e retomar o controle de sua vida.
Não foi fácil, mas Ian conseguiu superar sua obsessão. Ele ainda admira vilões, mas aprendeu a gostar de si mesmo sem depender dessa obsessão. A lição que fica é a de que é importante ter ídolos e inspirações, mas que não se deve mudar quem se é para se tornar alguém que não passa de uma criação da imaginação. Afinal, a vida real não é um filme e as consequências de nossas ações são bem reais.